Os números disponíveis no boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, em abril, revelam um aumento de 85,6% nas infecções pelo vírus da dengue, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, em relação ao mesmo período de 2021.
Em alguns locais do país, a situação está ainda pior: no Centro-Oeste, o crescimento em comparação com o ano passado foi de 242%. Até o momento, a região registrou 648 casos por 100 mil habitantes.
O que ocorre este ano é uma atividade expressiva da dengue em algumas partes do país, principalmente no eixo que vai de Tocantins até Santa Catarina, passando pelo Centro-Oeste e pela parte oeste de São Paulo.
O clima em diversas regiões do país no início do ano, chuvas intensas e prolongadas, foi favorável para a proliferação do mosquito, e consequentemente para um maior número de casos da doença.
Para o Aedes aegypti, as chuvas são sinônimo de água parada, do surgimento de locais propícios onde os ovos do mosquito e as larvas podem se desenvolver até alcançarem a fase adulta.
Na mesma época em que os nossos casos de dengue estavam aparecendo, o Brasil enfrentava outras duas crises de saúde: uma epidemia de influenza H3N2, que causou um aumento dos casos de gripe, e o espalhamento da variante ômicron do coronavírus, com recordes nos números de infecção.
Os sistemas de vigilância da dengue foram prejudicados, já que nos últimos dois anos o foco estava apenas na covid-19.
Além disso, é necessário considerar que, em 2019, o país enfrentou um surto de dengue, e após três anos, já se podia esperar uma nova onda da doença, pois é uma infecção cíclica.
O que deve acontecer, de acordo com o que já foi visto em anos anteriores, é que os casos de dengue continuarão a crescer no país até o meio de maio. A partir daí, com a chegada de temperaturas mais baixas nas regiões Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste, os registros voltam a cair.
O que você pode fazer contra a doença?
Existem diversas responsabilidades individuais que devem ser praticadas em combate à dengue, como:
Evitar qualquer reservatório de água parada sem proteção em casa;
Monitorar constantemente o quintal a fim de extinguir qualquer proliferação do mosquito;
Instalar telas em portas e janelas e fazer o uso de repelentes;
Estar atento aos sintomas da doença: febre, cansaço, vermelhidão na pele e dores de cabeça.
Caso algum desses sintomas se manifeste, o ideal é procurar um médico e realizar o tratamento adequado. Faça repouso, beba muita água e, se necessário, faça o uso de remédios para alívio dos sintomas.
Fonte:
- https://g1.globo.com/saude/noticia/2022/04/16/o-que-esta-por-tras-de-nova-epidemia-de-dengue-no-brasil.ghtml